Os filhos são
figuras estremecidas
E, quando
dormem, a felicidade
Cerra-lhes as
pálpebras, toca-lhes
Os lábios,
ama-os sobre as camas.
É por mim que
chamam quando temem
O eclipse e o
temporal. Trazem nos cabelos
O aroma do
leite e da festa das rosas.
Voam-me por
entre os dedos, por entre
As malhas da
rede de espuma
Que lanço a
seus pés. Reinam
Num sítio de
penumbra onde não
Me atrevo sequer a dizer quem sou.
José Jorge
Letria, in “Os achados da noite”
G.R.
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