A MÃE QUE CHOVIA é o primeiro livro infantil de José Luís Peixoto.Chegou às livrarias no dia 13 de Abril de 2012. Com ilustrações de Daniel Silvestre da Silva.
Do romance («Nenhum Olhar», «Cemitério de Pianos», «Livro», «Abraço»…) à poesia («Gaveta de Papéis»), colaborações com os Da Weasel, A Naifa, Mísia, Balla e, mais recentemente, o projeto com os Moonspell, José Luís Peixoto está imparável. A sua última incursão é no mundo da literatura infantil com «A Mãe que Chovia», publicado pela Quetzal. Uma história simples, porém de uma engenhosidade única, que ajuda a perceber o verdadeiro significado da partilha e do altruísmo. Leitores, grandes e pequenos, preparem-se para ficar desarmados.
Quando regressou, já no outono, toda entusiasmada com o reencontro, não encontrou o filho e desesperou. Percorreu com as suas gotas todas as ruas, praças, avenidas, olhou para dentro de camiões, autocarros, foi à sua procura nos campos de futebol e, num ato de grande aflição, foi aos hospitais, às paragens de autocarro, aos terrenos baldios, às lixeiras, aos hospitais, aos cemitérios…Procurou, procurou, mas não o encontrou. Até que, eis que… chegou o alívio, a felicidade.
O filho precisou da distância para aprender que a sua mãe chovia o significado do seu nome sobre a terra, chovia o amor que fazia nascer plantas, sorrisos verdes, que sem ela não existiria a palavra verdejante, que as suas gotas enchem rios e barragens, que o amor da sua mãe espalha-se pelo mundo e inunda-o.
«Eu tenho a certeza de ti, tu tens a certeza de mim. Amor, essa palavra. Mãe, choves essa palavra dentro de mim. És a minha mãe inteira e eu sou o teu filho inteiro.»
Com uma simplicidade que desarma, Peixoto traz-nos uma história sobre um filho que tem de aprender a partilhar com todo o mundo o que de mais precioso tem. Um exemplo de um altruísmo desmedido.
A ideia subjacente na narrativa é complexa. Uma mãe que não é corpórea? Que se apresenta na forma de chuva? Que parte sazonalmente? Que deixa o filho? E onde está a figura do pai? São questões que, eventualmente, irão suscitar a curiosidade dos mais pequenos. É preciso desconstruir a história para ser percebida na totalidade (e merece que assim o seja) e, por isso, o livro não será assim tão indicado a um público infantil, mas sim ao juvenil. Mas não há crianças iguais e cada uma tem o seu nível de maturidade e compreensão. Por isso, vale a pena arriscar.
In Imprensa José Luís Peixoto
G.R.
Uma
cabeça que pensa assim só pode ser de demente ou de génio. Ou de ambos. Já o
autor brasileiro Augusto Cury dizia que «de génio e de louco todos temos um
pouco». E Peixoto parece ter dos dois, em quantidade quanto baste.
Em «A
Mãe que Chovia», ilustrado por Daniel Silvestre da Silva, Peixoto conta a história de um rapaz que se dizia ser
filho da chuva. O pequeno brincava com ela, fazia corridas, trocavam beijinhos
e meiguices. Mas, sendo chuva, vai e vem, ruma a outras paragens, com a
aproximação do verão. Vai chover em países distantes. E aí começa a saudade,
que mói e dói. O filho chora e a mãe também, com a diferença de que as lágrimas
da mãe são gotas que caem do céu. A cada outono lá voltava ela, encontrando o
seu rapazinho cada vez mais crescido e mais peludo, menos conversador e com
menos vontade de brincadeiras. O seu pequenino estava a crescer e começava a
arreliar-se com as despedidas. Queria-a sempre presente, queria que ela lhe
desse a mão como as outras mães. Pediu-lhe que não partisse. «Mãe, não vás. Por
favor, não vás.» E nesse instante, a mãe chuva, de coração partido, decidiu
ficar, até ao verão, que não gostou nada de se ver todo molhado durante dias a
fio e foi pedir ajuda ao vento, para a empurrar para longe. E assim, a mãe
chuva viu-se obrigada a partir para países distantes, deixando de novo o filho
sozinho.Quando regressou, já no outono, toda entusiasmada com o reencontro, não encontrou o filho e desesperou. Percorreu com as suas gotas todas as ruas, praças, avenidas, olhou para dentro de camiões, autocarros, foi à sua procura nos campos de futebol e, num ato de grande aflição, foi aos hospitais, às paragens de autocarro, aos terrenos baldios, às lixeiras, aos hospitais, aos cemitérios…Procurou, procurou, mas não o encontrou. Até que, eis que… chegou o alívio, a felicidade.
O filho precisou da distância para aprender que a sua mãe chovia o significado do seu nome sobre a terra, chovia o amor que fazia nascer plantas, sorrisos verdes, que sem ela não existiria a palavra verdejante, que as suas gotas enchem rios e barragens, que o amor da sua mãe espalha-se pelo mundo e inunda-o.
«Eu tenho a certeza de ti, tu tens a certeza de mim. Amor, essa palavra. Mãe, choves essa palavra dentro de mim. És a minha mãe inteira e eu sou o teu filho inteiro.»
Com uma simplicidade que desarma, Peixoto traz-nos uma história sobre um filho que tem de aprender a partilhar com todo o mundo o que de mais precioso tem. Um exemplo de um altruísmo desmedido.
A ideia subjacente na narrativa é complexa. Uma mãe que não é corpórea? Que se apresenta na forma de chuva? Que parte sazonalmente? Que deixa o filho? E onde está a figura do pai? São questões que, eventualmente, irão suscitar a curiosidade dos mais pequenos. É preciso desconstruir a história para ser percebida na totalidade (e merece que assim o seja) e, por isso, o livro não será assim tão indicado a um público infantil, mas sim ao juvenil. Mas não há crianças iguais e cada uma tem o seu nível de maturidade e compreensão. Por isso, vale a pena arriscar.
In Imprensa José Luís Peixoto
G.R.
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