G.R.
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
O pequeno (grande) grupo que frequenta o Clube Escrever Mais escreveu postais de Boas Festas para a família, para os amigos, para os idosos e para crianças a quem não deixam ser meninos.
Estas mensagens são pequeninas prendas natalícias, embrulhos feitos de palavras ternas para aqueles que amamos ou que merecem ser amados e não o são.
G.R.
família
Família Sono Diego Rivera
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Sentir gratidão e não a expressar é como embrulhar um presente e não o entregar.
William A. Ward
FELIZ NATAL EM TRINTA IDIOMAS
Alemanha: Fröhliche Weihnachten
Bélgica: Zalige Kertfeest
Brasil: Feliz Natal
Bulgária: Tchestito Rojdestvo Hristovo, Tchestita Koleda
Catalunha: Bon Nadal
China: Sheng Tan Kuai Loh (mandarín) Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun (cantonês)
Coreia: Sung Tan Chuk Ha
Croácia: Sretan Bozic
Dinamarca: Glaedelig Jul
Eslovénia: Srecen Bozic
Espanha: Felices Pascuas, Feliz Navidad
Estados Unidos da América: Merry Christmas
Palestina: Mo'adim Lesimkha
Inglaterra: Happy Christmas
Finlândia: Hauskaa Joulua
França: Joyeux Noel
País de Gales: Nadolig Llawen
Galiza: Bo Nada
Grécia: Eftihismena Christougenna
Irlanda: Nodlig mhaith chugnat
Itália: Buon Natale
Nova Zelândia em Maorí: Meri Kirihimete
México: Feliz Navidad
Holanda: Hartelijke Kerstroeten
Noruega: Gledelig Jul
Polónia: Boze Narodzenie
Portugal: Boas Festas
Roménia: Sarbatori vesele
Rússia: Hristos Razdajetsja
Sérvia: Hristos se rodi
Suécia: God Jul
Tailândia: Sawadee Pee mai
Turquia: Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
Ucrânia: Srozhdestvom Kristovym
Vietname: Chung Mung Giang Sinh
Assim podes desejar um Feliz Natal a todo o mundo. Todos os dias…para que não seja hipocrisia.
Bélgica: Zalige Kertfeest
Brasil: Feliz Natal
Bulgária: Tchestito Rojdestvo Hristovo, Tchestita Koleda
Catalunha: Bon Nadal
China: Sheng Tan Kuai Loh (mandarín) Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun (cantonês)
Coreia: Sung Tan Chuk Ha
Croácia: Sretan Bozic
Dinamarca: Glaedelig Jul
Eslovénia: Srecen Bozic
Espanha: Felices Pascuas, Feliz Navidad
Estados Unidos da América: Merry Christmas
Palestina: Mo'adim Lesimkha
Inglaterra: Happy Christmas
Finlândia: Hauskaa Joulua
França: Joyeux Noel
País de Gales: Nadolig Llawen
Galiza: Bo Nada
Grécia: Eftihismena Christougenna
Irlanda: Nodlig mhaith chugnat
Itália: Buon Natale
Nova Zelândia em Maorí: Meri Kirihimete
México: Feliz Navidad
Holanda: Hartelijke Kerstroeten
Noruega: Gledelig Jul
Polónia: Boze Narodzenie
Portugal: Boas Festas
Roménia: Sarbatori vesele
Rússia: Hristos Razdajetsja
Sérvia: Hristos se rodi
Suécia: God Jul
Tailândia: Sawadee Pee mai
Turquia: Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
Ucrânia: Srozhdestvom Kristovym
Vietname: Chung Mung Giang Sinh
Assim podes desejar um Feliz Natal a todo o mundo. Todos os dias…para que não seja hipocrisia.
G.R.
SOLIDARIEDADES
O Primeiro Natal em Portugal
É véspera de Natal. Mas
não para Irina. Para ela só será Natal a 7 de Janeiro, quando as aulas tiverem
recomeçado.
A mãe aproveita umas horas extra, na pastelaria, para preparar fornadas de
bolos-reis.
O pai, antes de sair, marcou-lhe páginas e páginas de trabalhos de casa. É
preciso, para poder acompanhar os colegas.
Folheando o dicionário, a pequena ucraniana procura as palavras portuguesas que
há-de escrever em frente das que tão bem conhece.
ЗОШИТ — caderno
КИГА — livro
ШКОЛА — escola
Tudo diferente! Até o abecedário... Na escola, os outros fazem pouco dela e
chamam-lhe “língua de trapos”. Que quererá isso dizer?
Vai à página 190, logo em seguida à 293. Era de calcular...
Tem, no entanto, orgulho em ser a melhor a matemática. Ninguém a bate em
contas. Quando a professora entrega os testes e lhe dá vinte, há sempre um
grupinho irritado que, no recreio seguinte, se junta, numa roda, à sua volta,
cantarolando:
Irina, Irina, Irina,
Que menina tão fina!
Tem cara cor de sal,
Olhos cor de piscina.
Cabelos cor de margarina.
Ai, doem-te as saudades?
Vai tomar aspirina.
Na Ucrânia deixou tantos amigos...
Evita aqueles olhos escuros que se fixam nela, uns curiosos, outros trocistas,
outros indiferentes.
Sente-se como uma extraterrestre. Porque é que os pais a mandaram vir?
Isola-se no recreio, a um canto, tentando desvendar a algaraviada das
conversas. Às vezes, o Afonso murmura-lhe ao ouvido um segredo:
— Pareces uma fada!
E foge logo a correr.
Que palavrão será “fada”? Nem vale a pena procurar no dicionário. Algumas
palavras que lhe dizem nem sequer lá vêm. A princípio ainda perguntou à mulher
da limpeza o que significavam mas ela empurrou-a com a esfregona.
— Ordinária! Estes imigrantes mal sabem falar mas fixam logo a porcaria...
Porque não voltam para o sítio de onde vieram?
Com lágrimas nos olhos, Irina vai agora à janela e vê as luzinhas acender e
apagar nas árvores despidas. Por trás das paredes deslavadas das velhas casas,
decerto se celebra a consoada. Como será?
Doze pratos se punham na mesa de festa no Natal da sua terra. Uma em memória de
cada apóstolo.
É Natal em Portugal. Que interessa? A família está dispersa. A mãe a fazer
bolos-reis que não vai provar porque para os ortodoxos é tempo de sacrifício e
jejum. O pai lá anda, na construção civil. Como mais ninguém queria trabalhar
na noite de 24, foi, sozinho, pintar um café que está a ser remodelado, ao
fundo da rua. Os dois irmãos mais novos ficaram em Priluki, lá longe, com a avó.
Irina aquece a sopa e arranja uma sandes de queijo. Como pesa o silêncio!
De repente, sente um grito abafado no andar de cima. Algum assalto? Alguém que
caiu? Não sentiu passos nem o baque de uma queda...
Com o coração a bater, põe-se a espreitar pelo óculo. Nada!
— Acudam! Acudam!
Mais ninguém se encontra no prédio. As lojas do rés-do-chão estão fechadas, os
vizinhos do primeiro andar foram de férias. Por cima, na mansarda, mora uma
rapariga nova, gorda, pálida.
Irina abalança-se a subir. A porta encontra-se apenas encostada e a miúda
entra, a medo. Já ninguém grita. Um gemido fraco ecoa ao fundo do corredor.
Haverá feridos? Tem horror ao sangue. Por um momento, pensa em voltar para
trás. Mas prossegue, pé ante pé, até ao quarto.
Deitada na cama, a moça, que ela conhece de vista, geme, agarrada à barriga
enorme. Irina aproxima-se, repara que está alagada em suor.
— Ladrão atacar tu? Estar doente?
Tremendo, a outra responde:
— Chama o 112. O bebé vai nascer.
Que será o 112? Estará ela a delirar? Quase desfalece.
Então Irina precipita-se pela escada abaixo. A rua encontra-se deserta. Não
conhece ninguém nas redondezas. Corre até ao café onde o pai está a pintar
paredes.
— Pai, pai! — grita ela.Anton desce do escadote, pousa o rolo, inquieto ao ver a filha naquela aflição.
— Que foi? Aconteceu alguma desgraça?
Mal sabe o que se passa, marca um número no telemóvel, dá a morada, pede
urgência. Segue-a em passo apressado. Sobre eles desaba uma chuva gelada. Ficam
com os cabelos a escorrer, encharcam os sapatos nas poças que, num instante, se
formam.
Chegados ao prédio, o ucraniano galga os degraus dois a dois, entra sozinho no
quarto da vizinha. A filha fica à espera.
— Irina, ferve uma panela de água. Traz-me um frasco de álcool, uma tesoura,
toalhas.
A miúda obedece, confusa.
— Traz-me roupa lavada, para me mudar!
O pintor despe o fato-macaco, sujo de tinta e de pó, na casa de banho, enfia
uma camisa branca, umas calças desbotadas. Esfrega as mãos e a tesoura com
álcool.
— Irina, a água já ferve?
De novo no quarto, fala pausadamente com a rapariga, em voz alta. Ouve-se tudo
cá fora.
— Força! Coragem! Está quase...
De súbito ouve-se o choro de um bebé.
— Entra, Irina — diz, pouco depois, o pai. — Vem ajudar. Já és crescida.
Entrega-lhe o recém-nascido.
A rapariga, na cama desalinhada, sorri.
— Embrulha-o num xailinho. Está na gaveta do meio.
Irina aconchega aquele corpo tão pequenino e frágil. Embala-o devagarinho, como
fazia com as bonecas. Uma minúscula mãozinha aperta então o seu polegar.
O alarme de uma ambulância apita. Pára à entrada do edifício. Duas enfermeiras
precipitam-se pela porta dentro.
— Então, viram-se atrapalhados? Um parto faz sempre confusão, principalmente
aos homens.
— Sou médico — confessa o ucraniano. — Mas, em Portugal, ando nas obras...
As enfermeiras cruzam um olhar subitamente triste. Examinam a criança.
— O bebé nasceu no dia de Natal. É o nosso Menino Jesus.
A mãe olha para o homem e pergunta:
— Como é que o doutor se chama?
— Anton.
— António? Quer ser o padrinho? Vou pôr-lhe o seu nome.
As enfermeiras levam a rapariga e o bebé para a ambulância.
— Vão dar um passeio até à maternidade. Estão ambos óptimos.
— Manhã nós visitar! — exclama a garota.
Já passa da meia-noite. Pai e filha descem até ao patamar do primeiro andar. Na
escada nunca há luz. Felizmente a gente do 112 usa lanternas... Mas, logo que o
pessoal da ambulância se afasta, a escuridão instala-se. Às apalpadelas, o pai
mete a chave na fechadura. Tropeça num embrulho.
— Que será? — espanta-se ele. — Esta é uma noite de surpresas.
Sobre o tapete de cairo está um embrulho enfeitado com um laçarote cor-de-rosa.
Traz um bilhete preso com fita-cola.
com amizade
A menina abre-o. É um conjunto de canetas de ponta de feltro.
— O Pai Natal português não se esqueceu de ti — ri-se o médico.
— O Afonso é a única pessoa que me trata por fada — replica a Irina, um
bocadinho corada.
Corre para o dicionário, passando as páginas até à número 159 e exclama,
radiante:
Depois, pega numa folha de papel e desenha, a amarelo, uma estrela a brilhar, a
brilhar, a brilhar.
Luísa Ducla Soares
Há sempre uma estrela no Natal
Porto, Civilização Editora, 2006
Para descontrair
um pouco…
Estamos em
período de contenção. Por isso, um abraço é um grande presente – tamanho único
e fácil de trocar.
G.R.sábado, 17 de dezembro de 2011
O mês de Dezembro ainda nos proporcionou dois encontros no Clube Escrever Mais. E com eles veio o Natal. Podem pensar que é banal. O tema do mês ser "O Natal"!...Eh!...Alguns poetas e romancistas portugueses acham que não. A beleza emana sempre do imaginário destes eleitos com fluidez e naturalidade.Às vezes nem eles se apercebem da facilidade com que transformam o vulgar em belo.Os sábios são humildes. De outra forma seriam ignorantes.
G.R.
P.S. Não acho o Natal vulgar, mas o teclado teima em levar-me a uma frase que se banalizou, não pelo seu conteúdo, mas pelo seu uso:"O Natal é quando um homem quiser."
Os poetas portugueses escrevem sobre o Natal
PRELÚDIO DE NATAL
Só depois se rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a festa começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
David Mourão-Ferreira
FALAVAM-ME DE AMOR
Quando um ramo de doze
badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e
crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia, O Dilúvio e a Pomba, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia, O Dilúvio e a Pomba, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
Miguel Torga
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia,
um
rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da nação.
Mas, por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Natal
à beira-rio
É o
braço do abeto a bater na vidraça?
E o
ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te,
vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me
da água a infância ressurreta.
Da casa
onde nasci via-se perto o rio.
Tão
novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o
Menino nascia a bordo de um navio
Que
ficava, no cais, à noite iluminado…
Ó noite
de Natal, que travo a maresia!
Depois
fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto
mais na terra a terra me envolvia
E quanto
mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu,
Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira
desse cais onde Jesus nascia…
Serei
dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam
de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
David Mourão-Ferreira
ÁRVORE DE NATAL
A Árvore de Natal é um pinheiro ou abeto, enfeitado e iluminado,
especialmente nas casas particulares, na noite de Natal.
A tradição da Árvore de Natal tem raízes muito mais longínquas do que o
próprio Natal.
Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura,
mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal. Os
egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas no dia
mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a
morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos
carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época
do ano.
Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (uma
região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da
Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então
considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.
Na Europa Central, no século XII, penduravam-se árvores com o ápice para
baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade.
Como o uso da árvore de Natal tem origem pagã, este predomina nos países
nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Nos países católicos, como Portugal, a
tradição da árvore de Natal foi surgindo pouco a pouco ao lado dos já
tradicionais presépios.
Contudo, em
Portugal, a aceitação da Árvore de Natal é recente quando comparada com os
restantes países. Assim, entre nós, o presépio foi durante muito tempo a única
decoração de Natal.
Até aos anos 50, a Árvore de Natal era
até algo mal visto nas cidades e nos campos era pura e simplesmente ignorada.
Contudo, hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia
portuguesa e já todos se
renderam aos Pinheirinhos de Natal!
Brevemente publicarei
os trabalhos que, na última quarta-feira, foram realizados pelos alunos que frequentam
o clube. Até lá, então.
G.R.
Terminámos o primeiro período debatendo com os nossos alunos a importância das novas tecnologias: e-mail, blogue, fórum...e outras redes sociais.
O manual do 7º ano de escolaridade aborda esta temática de um modo muito assertivo e didático, alertando os alunos para as vantagens do uso da Internet, mas também para os perigos que dela advêm.Penso que os jovens têm consciência dessas armadilhas e sabem como fugir delas...embora todo o cuidado seja pouco.A propósito deste tema, deixo-vos um texto da Luísa Ducla Soares, que se rendeu completamente aos benefícios das novas tecnologias. Não tenho a visão do velho do Restelo e não acuso a Internet de ser uma bruxa maléfica que arrasta meninos indefesos para
os sítios perigosos. Mas quem me tira um livro tira-me quase tudo.
G.R.
Texto de opinião
Há fadas na Internet?
A Internet é, a meu ver, uma fada que, com um clic, nos faz girar pelo vasto mundo. Tem como mediadores um rato mágico e um tapete voador capaz de nos transportar em segundos até à Antártida, ao encontro dos pinguins-reais ou nos solta num castelo assombrado com seus fantasmas imaginários.
É um espaço
extraordinário, quase de ficção, que consegue guardar numa caixinha bibliotecas
inteiras, canais de televisão, estações de rádio, salas de jogos, postos de
correio, pontos de encontro para quantos buscam companhia.
Só quem não lida
assiduamente com a Internet, quem nunca explorou as suas potencialidades, a poderá acusar de cercear a
imaginação, de fechar portas, de não abrir janelas.
As pessoas
cruzam-se, indiferentes na rua, como se fossem habitantes de planetas
distantes, e o primeiro “bom dia” que recebo vem pela Internet. Traz consigo, em
anexo, golfinhos azuis saltando no mar ou algo igualmente inesperado.
As desigualdades
sociais esvaem-se diante dela, e a Cinderela pode sair da cozinha no seu coche
igual ao de qualquer princesa para entrar nos palácios reais. (...)
Já se terão
preocupado em descobrir sítios sugestivos de ciência, literatura, artes,
cidadania dedicados aos mais novos? Já se sentaram ao lado de uma criança,
lendo um conto de Andersen ou a história do dia de António Torrado no monitor?
Já acederam a blogs infantis que são a nova versão dos diários, e terão entrado
assim na intimidade, na criatividade dos jovens?
Já consultaram o
Plano Nacional de Leitura, a Casa da Leitura, a netescrit@ para, a partir da
Internet, conhecerem outros autores e seleções de livros para a infância
elaboradas por especialistas?
Pensando nos
miúdos a quem a infância é tantas vezes roubada porque os adultos deixaram de
crer no lado mágico da vida, desejo ardentemente que eles tenham a
possibilidade de aceder à Internet, A Terra
do Sempre, para onde não há limites para a imaginação. A imaginação também
faz crescer: o sonho, essa constante da vida, nas palavras certas de Gedeão,
não é rota para a desarticulação com
a realidade, mas caminho iluminado que conduz às grandes descobertas.
Luísa Ducla
Soares, in
Páginas Soltas, Boletim Informativo da Biblioteca Municipal de Lagos
O inverno de Van Gogh
Para descontrair um pouco...
Descobri a Feist há pouco tempo. Gosto do estilo, da voz, da paisagem cinzenta que me faz lembrar o inverno.
G.R.
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