quarta-feira, 7 de dezembro de 2011



CARTAS A DESTINATÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS


No 7º ano de escolaridade, depois de termos analisado Vae Victoribus, um conto integral de Trindade Coelho, voltamos ao texto utilitário. Chegámos à carta como meio de comunicação através da escrita. Escassa definição para a quantidade e a qualidade de informação, segredos e desejos que uma missiva encerra. Os alunos que frequentam o clube Escrever Mais escreveram cartas a destinatários extraordinários. Continuamos felizes com o silêncio (que de vez em quando se vai quebrando com o barulho envergonhado do teclado), a concentração, o encontro pontual das catorze e trinta de quarta-feira com a  criatividade.
G.R.
Todas as cartas de amor são
Ridículas. 
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram 
Cartas de amor 
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje 
As minhas memórias 
Dessas cartas de amor 
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
(“Todas as Cartas de Amor são Ridículas”. Álvaro de Campos. Heterónimo de Fernando Pessoa)

Carta de Fernando Pessoa a Ofélia Queirós, a namorada, escrita em 1920. Não são  erros ortográficos, não. É a grafia da época.



Maria Bethânia em jeito de homenagem a Fernando Pessoa.



Eis as primeiras cartas redigidas pelos nossos alunos:

G.R.
CARTA AO LUAR



Cátia Pacheco, 7ºE


CARTA AO SOL


Sol de Van Gogh

Ainda há mais. Publicá-las-emos amanhã.
G.R.




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