sábado, 17 de dezembro de 2011



Terminámos o primeiro período debatendo com os nossos alunos a importância das novas tecnologias: e-mail, blogue, fórum...e outras redes sociais.
O manual do 7º ano de escolaridade aborda esta temática de um modo muito assertivo e didático, alertando os alunos para as vantagens do uso da Internet, mas também para os perigos que dela advêm.Penso que os jovens têm consciência dessas armadilhas e sabem como fugir delas...embora todo o cuidado seja pouco.A propósito deste tema, deixo-vos um texto da Luísa Ducla Soares, que se rendeu completamente aos benefícios das novas tecnologias. Não tenho a visão do velho do Restelo e não acuso a Internet de ser uma bruxa maléfica que arrasta meninos indefesos para os sítios perigosos. Mas quem me tira um livro tira-me quase tudo.
G.R.


Texto de opinião

Há fadas na Internet?


     A Internet é, a meu ver, uma fada que, com um clic, nos faz girar pelo vasto mundo. Tem como mediadores um rato mágico e um tapete voador capaz de nos transportar em segundos até à Antártida, ao encontro dos pinguins-reais ou nos solta num castelo assombrado com seus fantasmas imaginários.
É um espaço extraordinário, quase de ficção, que consegue guardar numa caixinha bibliotecas inteiras, canais de televisão, estações de rádio, salas de jogos, postos de correio, pontos de encontro para quantos buscam companhia.
Só quem não lida assiduamente com a Internet, quem nunca explorou as suas potencialidades, a poderá acusar de cercear a imaginação, de fechar portas, de não abrir janelas.
Eu passo, por motivos profissionais, muitas horas por dia diante do écran dum computador e habituei-me, embora tardiamente, a aceder em suporte eletrónico ao que antes acedia por meios mais tradicionais.
As pessoas cruzam-se, indiferentes na rua, como se fossem habitantes de planetas distantes, e o primeiro “bom dia” que recebo vem pela Internet. Traz consigo, em anexo, golfinhos azuis saltando no mar ou algo igualmente inesperado.
As desigualdades sociais esvaem-se diante dela, e a Cinderela pode sair da cozinha no seu coche igual ao de qualquer princesa para entrar nos palácios reais. (...)
As crianças fechadas nos apartamentos, os doentes, os burocratas que bocejam colados em cadeiras, com ela ganham de repente alento e voam pelos ares como andorinhas.
Os velhos do Restelo acusam a Internet de ser uma bruxa maléfica que arrasta meninos indefesos para os sítios perigosos – chats onde se escondem pedófilos, jogos de violência e locais quejandos. Acusam-na até de contribuir para a obesidade infantil como se a informática forçasse a comer batatas fritas ou prendesse alguém com algemas, impedindo qualquer exercício físico.
Já se terão preocupado em descobrir sítios sugestivos de ciência, literatura, artes, cidadania dedicados aos mais novos? Já se sentaram ao lado de uma criança, lendo um conto de Andersen ou a história do dia de António Torrado no monitor?
Já a terão levado a conhecer os jornais escolares que por todo o país se publicam em formato digital e albergam textos e desenhos de miúdos desde a pré-primária?
Já acederam a blogs  infantis que são a  nova versão dos diários, e terão entrado assim na intimidade, na criatividade dos jovens?
Já consultaram o Plano Nacional de Leitura, a Casa da Leitura, a netescrit@ para, a partir da Internet, conhecerem outros autores e seleções de livros para a infância elaboradas por especialistas?
Pensando nos miúdos a quem a infância é tantas vezes roubada porque os adultos deixaram de crer no lado mágico da vida, desejo ardentemente que eles tenham a possibilidade de aceder à Internet, A Terra do Sempre, para onde não há limites para a imaginação. A imaginação também faz crescer: o sonho, essa constante da vida, nas palavras certas de Gedeão, não é rota para a desarticulação com a realidade, mas caminho iluminado que conduz às grandes descobertas.

Luísa Ducla Soares, in Páginas Soltas, Boletim Informativo da Biblioteca Municipal de Lagos



E o senhor inverno está prestes a chegar. Quem fala dele é a Maria Beatriz, do 7ºE.

O inverno de Van Gogh


Para descontrair um pouco...
Descobri a Feist há pouco tempo. Gosto do estilo, da voz, da paisagem cinzenta que me faz lembrar o inverno.
G.R.




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