quinta-feira, 23 de maio de 2013

 


A UMA CEREJEIRA EM FLOR

Acordar, ser na manhã de abril


A brancura desta cerejeira;


Arder das folhas à raiz,


Dar versos ou florir desta maneira.


 


Abrir os braços, acolher nos ramos


O vento, a luz ou o que quer que seja;


 Sentir o tempo, fibra a fibra,


 A tecer o coração duma cereja.


 


Eugénio de Andrade


 

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