quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais dois textos e terminamos com a invisibilidade.Uff!Ainda atravessamos paredes e não dão por nós!
Tornei-me invisível

  Espetacular! Aquilo de melhor que me podia acontecer está finalmente concretizado! Estou invisível!
  Ao acordar naquela bela manhã de Verão, reparei então no estranho fenómeno que me fez dar o maior grito da minha vida:
-Estou invisível!
  Vesti uma roupa discreta que tinha e desci para mostrar a novidade do dia.
  Os meus pais não queriam acreditar no que viam: uma panqueca esvoaçando pelo ar e logo repararam que ia na direção de algo fantástico - eu - que finalmente era diferente. E mal podia esperar por todas aquelas aventuras que ia viver, tal como aquelas que leio todos os dias nos meus livros de banda desenhada.
  Fui então pregar a primeira partida à D. Dulce, a minha vizinha chata que está sempre a resmungar comigo. Toquei à campainha e esperei que ela abrisse a porta.
Quando abriu, ao não ver ninguém, entrei discretamente, enquanto ela resmungava:
-Brincadeiras sem graça dos miúdos! Eu, na altura, é que me sabia divertir!
Fui para a cozinha, retirei os legumes da bancada e o pu-los de novo no frigorífico.
Quando viu de que se tratava exclamou:
-Ia jurar que já tinha começado a pôr os legumes na sopa!
  Saí discretamente e fui direito à mercearia, onde o Sr. João estava a meio de uma venda, com uma cliente que desejava um quilo de maçãs e duas peras. Retirei uma das peras que estava para pesar e, em vez disso, pus uma banana, facto que a senhora reparou logo:
- Eu disse que queria um quilo de maçãs e duas peras e não um quilo de maçãs e uma banana!
  Saí então dali a rir-me e a recordar todas estas aventuras e partidas, mas a pensar também quanto tempo mais aquilo iria durar. Foi a minha melhor experiência. Nunca mais a vou esquecer.

    Maria Beatriz Carmo        Nº15           7ºE    

 Tornei-me invisível

      Sabem? Eu tenho um segredo e tenciono contar-vos, mas vocês não podem contar a ninguém! O meu segredo é que eu sou invisível.
      Sempre desejei ser um rapaz normal, mas infelizmente nunca consegui. No entanto, quando penso no meu “problema”, tento sempre ver o lado positivo do mesmo, porque afinal há tanta gente que gostava de ser como eu. Neste meu segredo, existem várias vantagens, por exemplo: posso comer o que quiser porque ninguém está lá a controlar o que eu como; posso espiar as raparigas sem que elas saibam e muito mais. Mas o pior mesmo é ter que andar sempre nu para que ninguém me veja, e, como tenho vergonha de assumir a minha invisibilidade, aprendi a entreter-me sozinho. Normalmente, nos intervalos, vou para trás da escola jogar à bola porque nunca ninguém se lembra de ir para lá. Até porque agora a moda da escola é o berlinde. Depois das aulas, vou sempre para o meu clube preferido que se chama “Escrever+”. É muito fixe. Lá, posso fazer imensas coisas como: escrever textos, fazer PowerPoints, etc.
      Hoje estava a ver os rapazes a jogarem à bola e, de repente, senti qualquer coisa a tocar-me nas costas. Virei-me para ver o que havia acontecido e não vi ninguém. Depois fui-me embora . Quando dei o segundo passo, bati nalguma coisa, mas não estava lá nada. Por isso pensei logo que tinha encontrado alguém como eu. Tentei comunicar com ele ou ela, mas não me respondia, até que lhe disse para não se preocupar, porque não lhe ia fazer mal. Ele ficou assustado, mas acabou por dizer-me que também era invisível e contou-me algumas coisas sobre a sua vida. Disse-me que tinha sido abandonado pelos pais aos três anos, por eles não terem aceitado a invisibilidade dele. Ofereci-me de imediato para que ele ficasse em minha casa e ele, com muita vergonha, lá aceitou. A  minha vida melhorou consideravelmente. Finalmente tinha alguém que me compreendia. E assim vivi o resto dos meus dias feliz e alegre para sempre.

Francisco, 7ºD


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