segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


DANÇA

A maior coreógrafa do mundo está em Portugal


      A belga Anne Teresa  de Keersmaeker, que está no topo da dança contemporânea, é artista residente em Portugal durante dez meses. Os teatros de Lisboa recebem a retrospetiva do seu trabalho até Novembro. Fundadora da companhia Rosas, quem vive em Lisboa poderá assistir a onze bailados seus.

       De Fevereiro a Dezembro, o espectador vai poder percorrer 30 anos de coreografias. Anne Teresa De Keersmaeker irá apresentar-se no Centro Cultural de Belém (CCB), na Culturgest, no festival Alkantara e Temps d´Images, nos teatros Maria Matos e São Luiz, na Gulbenkian, na EGEAC, Museu do Chiado e Companhia Nacional de Bailado (CNB).
       O ciclo abriu no CCB, a 3 de Fevereiro, com as quatro primeiras peças «Fase, four movements to the music of Steve Reich» (1982), «Rosas danst Rosas» (1983), «Elena´s Aria» (1984) e «Bártok/Mikrokosmos» (1987), que deram origem ao que Mark Deputter, programador do Maria Matos, chamou «desejo pela vida».
      Numa conferência de imprensa no espaço Carpe Diem, em Lisboa, a artista assumiu que «a música e o ritmo são referências essenciais para o seu trabalho», falando numa «dualidade indissociável entre o movimento e a música».

       A cenografia dos seus espetáculos «representa uma fantasia», recorrendo a objetos especiais, cadeiras, cortinas, diferentes texturas, padrões geométricos, mas apenas evidentes «para um olho mais treinado». Isto porque, para a coreógrafa, o fulcral é encontrar «o seu próprio vocabulário», focando-se no corpo e sempre com a premissa de que tudo o que é desnecessário deve ser colocado de lado. Sempre que pode, corta com o prescindível e explora o centro do movimento, «sem extras, sem malabarismos». 

       A coreógrafa, que nesta estadia por Lisboa trouxe elementos de trabalhos anteriores, recuperou-os e cruzou-os com outros mais recentes, confessou que privilegia o trabalho com dançarinos mais inexperientes, estudantes, que lhe apresentam novas técnicas e movimentos que considera «fascinantes». 

      A dançarina, que se diz sempre rodeada de especialistas em música, gosta de saber como determinado tema foi concebido. 
       «Roubo muito à música, porque esta provoca-me», concluiu. 

G.R.

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