segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


«Frase após frase. Rápido, intenso, temos de nos adaptar às suas pulsações se não nos quisermos perder nos milhões de batimentos com que se constrói Os Malaquias

«Andréa del Fuego escreve com o coração e ao ritmo dele. E foi assim que Os Malaquias conquistou o júri do Prémio José Saramago em 2011.»
Rui Lagartinho, Público, 3 fevereiro 2012





Os Malaquias  é  um  romance vigoroso da brasileira Andréa del Fuego (n. 1975) que ganhou no ano passado o Prémio Literário José Saramago, da Fundação Círculo de Leitores. Andréa conta em ritmo sincopado a saga de Nico, Júlia e Antônio, os três irmãos órfãos de Serra Morena. A história situa-se num período indeterminado, algures entre o início dos anos 1940 e a segunda metade dos anos 1950. Um cínico dirá que o vale de Serra Morena e a plantação de café de Geraldo Passos podiam ser o cenário de uma obra de Euclides da Cunha, mas não vem daí mal ao mundo. O livro está dividido em 73 microcapítulos que alternam a vida das personagens na passagem do tempo. A intriga é convencional mas Andréa del Fuego transfigura a realidade, fazendo do mundo possível o mundo real. Não é essa a função da literatura?

Eduardo Pitta

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