terça-feira, 28 de fevereiro de 2012




TEMA DO MÊS

Atravessaste um espelho e encontraste um mundo que é o contrário daquele a que estás habituado. Como é esse outro mundo?




           Querido Diário…
          Queria que soubesses uma coisa, mas não podes contar a ninguém!
          Hoje, o meu dia não começou da melhor forma. A minha mãe acordou-me com um copo de água fria em cima. Depois, quando fui ao quarto de banho, aconteceu uma coisa muito estranha. Atravessei o espelho que havia à minha frente e fui parar a um mundo completamente diferente do meu.
          Quando lá cheguei, vi umas coisas muito estranhas. Acho que eram extraterrestres, aquelas coisas pegajosas e nojentas, sabes? Blac!
          Mal pus lá os pés, vi que todos estavam a olhar para mim contentinhos, mas o pior de tudo foi que não perceberam que estava enervada por estar ali.
          Aquele mundo era completamente diferente do meu, pois no meu era de dia. Eu tinha acabado de acordar e lá era de noite. Uma coisa estranhíssima!
          As casas eram em forma de gelado, o chão era mole e os carros não tinham rodas, flutuavam.
          A baba que eles deitavam tinha poderes: transformava as pessoas que também atravessam os espelhos, como eu, em extraterrestres. Havia criaturas azuis e verdes, o que não é costume. Enquanto caminhava, ia pensando nas coisas horríveis que tinha visto, quando avistei uma espécie de laboratório. Fui a correr e bati à porta. Até que enfim tinha encontrado um ser humano! Era um cientista maluco que me disse:
          -Olá, criatura! Estás boa, ou vais p’ra Lisboa? Estás triste, ou vais p’ra Peniche?
          Quando respondi, contente…
          - Vou para Lisboa! Ahahah!
          Pedi-lhe ajuda para me salvar, a mim e a todos aqueles desgraçados que lá estavam, mas ele disse rapidamente que não podia, pois estava a inventar uma  poção que duraria três longos meses a ser acabada.
          Aí entrei logo em pânico e disse-lhe que não poderia ser, porque tinha muitos compromissos a que não poderia falhar. Então decidi que quem iria salvar aquele pobre mundo era “EU”.
          Fechei a porta, sem lhe dirigir mais a palavra. Entretanto… começou a chover. Todos os extraterrestres se refugiaram nas suas casas e eu, só eu, ali solitária, triste como nunca.
          Andei, andei, andei e decidi telefonar ao meu pai. Mas concluí que essa tarefa era impossível porque não havia rede naquela espelunca. Porém, pensei e concluí que o meu pai me tinha ajudado a fazer uma poção estranha. Sinceramente não tinha percebido para que era, mas os ingredientes necessários eram:
          Estrume de cavalo
          Gelado
          Areia movediça
          Iogurte de Morango…
           Sabia que era impossível, mas também sabia que todos esses ingredientes existiam neste estranho lugar. Tentei encontrar um supermercado. Percorri a vila toda e só encontrei um velho supermercado. Quando entrei, o dono exclamou:
          Bem-vindo ao supermercado
          Da sua vida
          Leve farinha
          E fique descontraída
          Desatei a rir e a chorar ao mesmo tempo, pois de tanto rir saiu-me uma linda lágrima pelo olho. Trouxe muitas coisas para petiscar porque fiquei muito tempo sem ver a cor da comida.
          Ah! Mas ainda trouxe os ingredientes para sair dali: o iogurte, o gelado, o estrume e a areia.
          Refugiei-me num hotel de céu estrelado. Sabem porque digo isto? Tinha 550 estrelas!... Fiquei espantada de tanto olhar!
          Pedi um quarto e fiz a poção. No dia seguinte, levantei-me e fui ao topo da montanha mais alta daquela cidade que para mim já não era um horror, já estava habituada a lá estar.
          Cheguei finalmente ao topo da montanha e deitei o pó pelo país inteiro.
          Instantes depois, avistei muitos seres humanos rodeando aquela montanha em direção a mim, que me abraçaram.
          Depois pensei “Tudo está bem, quando acaba bem”.
Sofia Pereira, 7ºC

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